1947 – CADASTRO SUBURBANO DE GOIÂNIA (MORADIAS IRREGULARES)
Com Em Goiânia, as moradias irregulares despontaram, principalmente nas margens do Córrego Botafogo, na medida em que aumentava a demanda por mão-de-obra na capital. Das diversas ‘invasões’ que se estabeleceram na cidade desde a sua fundação, destacavam-se no Cadastro Suburbano de Goiânia, realizado em 1947, a Nova Vila, o Botafogo (junto ao córrego homônimo), uma área na Avenida Oeste, a ‘Macambira’ (próximo ao Córrego Areião, área destinada ao Setor Pedro Ludovico).
1951 – PRIMEIROS MORADORES (PIONEIROS)
De acordo entre os moradores que Pedro Alagoano é o primeiro a abrir ruas e organizar os lotes no Setor, depois viriam outros que também ganhariam destaque como o senhor Manoel de Oliveira, também conhecido como “Manoel Guarda”, pois também era da Guarda Civil. Ao que tudo indica, foi Pedro Alagoano o primeiro líder comunitário reconhecido.
Pedro Alagoano tinha o comando do território no início e que, a partir da regularização do loteamento, ele não era mais o representante do Estado. Pedro, por sua existência simples e tradicional, não fez carreira na política e não ficou rico. Segundo nos relata, Wanderley Guimarães (filho do Pedro Alagoano) quando eles chegaram na região, em 1951, seu pai foi designado por Pedro Ludovico para “tomar conta do lugar”. E, pelo que entendemos, ele o fez. Demarcou lotes e organizou o lugar do povo morar, organizou a igreja e 70 guiou a vida moral e espiritual; viabilizou o transporte para o centro. Mas, com o processo de regularização do bairro, os lotes foram remarcados, e aí começou “a tensão
dos piquetes”.
ANO 1951/1957 – LACUNA NA HISTÓRIA
No contexto da legalização dos bairros populares, dentre outros situados em áreas pertencentes ao Estado, emergiu a atuação de Ewald Janssen topógrafo responsável pelo projeto do Setor Pedro Ludovico. Desde o Cadastro Suburbano de Goiânia, a década de 1950 marcou oficialmente a inclusão de diversos aglomerados habitacionais e a regulamentação de moradias populares, onde residiam aqueles que até então não passavam de ‘anônimos na malha urbana’. As habitações que se encontravam à margem da cidade planejada para representar o sucesso do projeto nacional, abrigavam os marginalizados da história de Goiânia, homens que construíram a nova capital goiana em condições precárias.
ANO 1957 – 1º GRUPO DE 506 LOTES
Apesar da resistência de moradores locais, conforme os documentos da coleção evidenciam, o Setor Pedro Ludovico foi gradativamente demarcado, loteado e redirecionado aos proprietários mediante requisição; em 09 de setembro de 1957, Janssen recebia do DVOP o pagamento de trinta e cinco mil quatrocentos e vinte (35.420) cruzeiros pela demarcação do “1º Grupo de 506 lotes no Setor Pedro Ludovico – Paróquia Bela Vista”
Correspondência de Ewald Janssen , endereçada ao secretário do DVOP – Eurico Calixto de Godoi, comunicando as dificuldades estabelecidas pelos moradores da parte invadida do “Setor Pedro Ludovico” no propósito de inviabilizar a demarcação da área. O documento não identifica a data em que foi produzido, entretanto, os outros documentos da coleção que correspondem às demarcações realizadas no Setor Pedro Ludovico situam estes procedimentos nos anos de 1957 e 1958 .
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS / FOTOS
GUIMARÃES, Leandro Davi. Goiânia, a ‘cidade desplanejada’ do oeste (1950/1980):
reflexões sobre a capital goiana nos aportes da coleção Ewald Janssen. 2019. 191 f.
Dissertação (Mestrado em História) - Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2019
COSTA, Fernando Viana. ‘UM ORNITORRINCO NO CERRADO: BAIRROS POPULARES
E OUTROS PIONEIROS NA FORMAÇÃO E EXPANSÃO URBANA DE GOIÂNIA’ 2016 –
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em História da Universidade
Federal de Goiás como parte dos requisitos necessários à obtenção do título
de Mestre em História Cultural, Goiânia, 2016
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Nossa história daria um filme - St. Pedro Ludovico
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